Antonio Luiz

Tempo de perdoar

Tempo, colosso da criação

nota esse humilde escritor

e repara toda a sua aflição

de caneta em papel, perdido

buscando em formato finito

representar tua imensidão

 

por não ter te aproveitado

por delírios ou preguiças

carrega um fardo de culpa

mas crê que palavra certa

oferecida-te de bom grado

renda-lhe alguma salvação

 

Doutor dessas coisas todas

não deixes que ele padeça

há muito que assim labuta

no meio de adultos poetas

lutando nessa injusta luta

ainda malformado embrião

 

permita-te a ele, Soberano

retira essa couraça obscura

revista-te com tua candura

indica-lhe algo que gostes

deixa, enfim, que te bajule

concedendo-lhe tal perdão