... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol

SONETO INCOLOR

A poesia, que um dia me cobriu de amores

Hoje silente na sensação e tão cheia de não

Entoando transgressão pra versos pecadores

Tão perdidos e tão desamparados na solidão

 

Inquieta. Mas vai aonde o romantismo fores

Pra então sentir e auscultar a voz do coração

E assim carregar os poemas e as singelas flores

Do jardim da imaginação, sem morrer a paixão

 

Dores, rumores, temores, no versar presente

Que deixa a rima despovoada, nua e ausente

Quando se só queria a emoção dum amador...

 

Na sofrência que voa duma dura imaginação

A tristura, chama está, duma rude desafeição

Então, poetando o acaso num soneto incolor!

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

11 agosto, 2022, 20’40” – Araguari, MG

 

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