Mergulho
Minhas pernas estão cansadas
Apesar de tão pouco esforço
Eu as sinto fraquejarem
É possível desabar!
Tão jovem, tão precoce,
Fragilizada, fraca
Sou nova, não mereço
Eu sofro, todos sofrem
Mas eles, sempre eles
Apenas se importam
Com a dor do “outro”,
A própria
O egoísmo disfarçado
De belas palavras
Olhares acolhedores
Sorrisos maldosos
Hipócritas mentirosos
Meus pulmões se afogam
Culpa das lágrimas que tanto guardei
Tanto tempo me resguardando
Para evitar chegar aos prantos,
Dolorosos prantos
O choro copioso
A alma estraçalhada
O corpo em estado oco
Os olhos e ouvidos calejados
Pelo tempo cruel e amargo.