Zato

Casca

O vazio preenche o que restou de meu tudo

Sangra-me ao tornar real o que agora não me quer

E o que eu tentei abraçar um dia

Fora embora enquanto eu ainda me encontrava

Reflexos de uma alma errante e confusa

Cercam-me de incertezas e dúvidas

O dúbio sentimento ao deparar-se com um dilema

Mas sou de carne, ossos e ferro

E mesmo assim me sinto oco

Uma casca que carrega o que um dia foi alguém

Ou o que restou de algo que era capaz de sonhar

E assim navego em tua nau pelo rio imaterial

Sem saber o que existe no fim

Chacoalhando aos ventos primaveris

Sentindo o ar passar pelo buraco em meu peito