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LEIDE FREITAS

MEU PAI! ( Para meu pai Ezequiel Freitas)

MEU PAI!  ( Para meu pai Ezequiel Freitas)

 

Meu pai era um homem simples

Mas com imensa sabedoria

Experiência de vida

E gostava de poesia…

Um dia fui lhe contar

Que precisava levar

Na escola uma poesia

Mas que eu não sabia

Nem do que se tratava.

Meu pai foi muito solícito

Foi me falar de poetas

E de poesias que leu

E terminou recitando

Casimiro de Abreu.

Quando chegava da lida

Quase ao anoitecer  

Cansado, nem se discute

Sempre gostava de ler

Algum cordel sobre a mesa

Restos de um velho jornal

Contava antigas histórias

Guardadas em sua memória

Que o seu pai lhe contava

Outras vezes ele olhava

Os nossos deveres de casa

Que a professora passava 

Nos ensinava matemática 

E às orações do catecismo

Mas o que a gente gostava

Era de ver seu sorriso

Era sempre bem humorado

De tudo fazia troça

Quando voltava da roça

A gente estava esperando

Porque antes de descansar

E de em sua rede ir deitar

Ele brincava com a gente.

Saudade, doce saudade

Do meu pai e da infância

Tudo ficou na distância

Que a vida deixou pra trás.

 

LEIDE FREITAS