Trazes no peito as brancas primaveras,
Olhares que cintilam como círios,
Tu que lembras-me de passadas eras,
Sombras magoadas encobrindo lírios.
Lábios calados que a noite esperas,
Em nuances de pesares e martírios,
Vós que buscais efêmeras quimeras,
No trôpego sombrio dos seus delírios.
Segues cantando as nênias do passado,
Ó alma que contempla entardeceres
Nas brumas d\'um olhar enevoado.
Talvez possas tu em meio a essas lousas,
Sentires na vida áureos os prazeres
No silêncio magnífico das cousas...
Thiago Rodrigues