Um raio, cavalgado por um anjo,
Que atravessou a porta do céu
E a deixou com sua tranca sem trancar,
Aberta para as almas curiosas
E sedentas pelo que se não encontra na terra,
Com um estrondo, caiu e apagou-se
E o anjo, brilhante, ficou sem o brilho do raio,
E sem ele para protege-lo
Pois o raio não era eterno como o anjo
E morria quando caía,
Mas o brilho do anjo pode atrair os homens,
Que querem caçar o brilho do anjo,
Para vestirem-se com o brilho do anjo
Pois vivem sem brilhar
E não sabem cavalgar os raios,
As almas curiosas ofuscam-se com o brilho dos anjos
E não veem os raios
Que nascem na porta destrancada,
Não os veem e não os cavalgam,
Ficam só olhando com seus olhos ofuscados
O brilho dos raios que passam
Assim como passa o tempo eterno
E passam e caem na terra montados pelos anjos
Que têm a missão de guardar os homens
Sendo que alguns, com suas almas curiosas distantes,
Também caem por terra
E não veem os anjos,
Eternos como as almas curiosas
E, na eternidade de um momento de solidão,
Desejam que suas almas curiosas voltem,
Mas elas perdem os raios
E permanecem distantes,
Na porta do céu distante,
Pois o guardião da porta do céu
Não as deixa entrar
E o tempo que não tem fim,
Pois é eterno,
Domina as almas curiosas,
Na porta do céu,
Onde nascem os raios,
Que carregam os anjos,
Mas não carregam as almas curiosas
E a solidão dos homens que perderam as suas almas,
Fica eterna como o tempo,
Mas as trevas da solidão
Enchem-se de luz com o brilho dos anjos,
Que trazem nas mãos um broto de amor,
Que germina e faz nascer uma nova alma
E a solidão que era eterna como o tempo,
Tem seu fim num instante de tempo
E o homem, abrigado pela árvore frondosa do amor,
Ama e renasce
E, sob a proteção dos anjos,
Vive e encontra a felicidade de amar.