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Paulo Roberto Varuzza

Um anjo, um raio

Um raio, cavalgado por um anjo,

Que atravessou a porta do céu

E a deixou com sua tranca sem trancar,

Aberta para as almas curiosas

E sedentas pelo que se não encontra na terra,

Com um estrondo, caiu e apagou-se

E o anjo, brilhante, ficou sem o brilho do raio,

E sem ele para protege-lo

Pois o raio não era eterno como o anjo

E morria quando caía,

Mas o brilho do anjo pode atrair os homens,

Que querem caçar o brilho do anjo,

Para vestirem-se com o brilho do anjo

Pois vivem sem brilhar

E não sabem cavalgar os raios,

As almas curiosas ofuscam-se com o brilho dos anjos

E não veem os raios

Que nascem na porta destrancada,

Não os veem e não os cavalgam,

Ficam só olhando com seus olhos ofuscados

O brilho dos raios que passam

Assim como passa o tempo eterno

E passam e caem na terra montados pelos anjos

Que têm a missão de guardar os homens

Sendo que alguns, com suas almas curiosas distantes,

Também caem por terra

E não veem os anjos,

Eternos como as almas curiosas

E, na eternidade de um momento de solidão,

Desejam que suas almas curiosas voltem,

Mas elas perdem os raios

E permanecem distantes,

Na porta do céu distante,

Pois o guardião da porta do céu

Não as deixa entrar

E o tempo que não tem fim,

Pois é eterno,

Domina as almas curiosas,

Na porta do céu,

Onde nascem os raios,

Que carregam os anjos,

Mas não carregam as almas curiosas

E a solidão dos homens que perderam as suas almas,

Fica eterna como o tempo,

Mas as trevas da solidão

Enchem-se de luz com o brilho dos anjos,

Que trazem nas mãos um broto de amor,

Que germina e faz nascer uma nova alma

E a solidão que era eterna como o tempo,

Tem seu fim num instante de tempo

E o homem, abrigado pela árvore frondosa do amor,

Ama e renasce

E, sob a proteção dos anjos,

Vive e encontra a felicidade de amar.