... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol

ENTRELINHAS

Se o ledor pudesse ler as entrelinhas da poesia

Minha, que cada surpresa do fado me reservou

Entenderia os suspiros, a dor e toda a antinomia

Dos versos agridoces, que no meu versar chorou

 

A desdita está em cada poética, tanta a agonia

Imbuídas naqueles perdidos sonhos que sonhou

Cada desejo, num gesto que não era de alegria

E sim, apertos no peito, que o causar idealizou

 

Poeto sentimento, o sentimento inteiramente

E nunca indiferente, e tão pouco eternamente

Devaneio, amo, idealizo, busco ir sempre além...

 

Porém, do calvário não se pode ficar sem nada

Cada qual com seu traçado e com a sua estrada

Tudo passa! E do destino aquele servo e refém!

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

04 agosto, 2022, 20’22” – Araguari, MG

 

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