Eu o avistei em minha varanda: meu amante.
Santo Daime me possui.
Ó, suco leitoso direito de seu bulbo em minha boca: hul gil.
Estou banhada, sedada, serena e vigorosa.
Me mantive vigilante esperando a casa adormecer,
Agora meu sexo pulsa com a aproximação do meu amado.
Ele se aproxima da porta,
Não o esperarei bater, meu adorável afrodisíaco, minha volúpia, meu caramanchão errante,
Entre! Sua presença é um orvalho que umedece meus lábios. Meus lábios - gotas da noite.
Ele me liberta de minhas roupas, e eu das suas.
Avança sobre meu corpo; eu sobre o seu.
Acaricia as frestas de minha intimidade.
Estremeço e abro as portas de meu corpo para que penetre meus cômodos.
Sinto seu doce aroma além das aldravas de minha libido.
Sua respiração: Hálito do Diabo
Minha alma desfalece.
Onde está meu amor?
Por que não me responde?
Divago pela noite a sua procura, não o encontro;
Sou encontrada, meus olhos são vendados, uma fita lacra meus lábios, sou espancada, ferida, estuprada, abandonada.
\"Oh, doce gazela, não somos nós melhores do que seu amado?\".
[...]
Teria eu sido desagradável ao meu amor?
Por que partiu?
Quem eram aqueles soldados?
Seriam eles seus enviados para fazer sua justiça contra minha insensatez?
Me sinto enferma e confusa, meus ossos doem,
Meu noivo acordará e procurará por mim.
Serei castigada por minha infidelidade?
Pele clara, face rosada, cabelos crespos,
Terá sido o ultimo após dez mil?
Canteiro de bálsamo, flores perfumadas, lírio gotejante;
Anéis de ouro e berilos, dentes de marfim, boca de safira;
Colunas de mármore, bases de ouro, líbanos, cedros;
Voz suave e sedutora, insaciedade, flama.
O meu amigo, o meu amado, o meu amante...
Necromancia.