Procurei bom ouvinte
Não o encontrei
e por conseguinte
Faz um ano desde os vinte
Eu bem sei...
Sei como dói estar sujeito
à interpretações alheias
Em minhas suplicas de desrespeito
Sem perceber, injetava ódio em minhas veias
Nos meus andares reparo
Minha dor jamais à sua se compara
Tudo quanto me tornei, permanece sem reparo
Há o tempo voa, o tempo não para
A dor se transforma em ódio...
Nos meus andares reparo
Minha fadiga é equiparada ao seu cansaço
E como sempre... Sou bárbaro
Tornei-me uma gaiola e minhas emoções pássaros
Faz-me falta um abraço
Eu alego estar descontente
Tu invalidas meus motivos
De alma pura estou presente
Tu lembra-me dos erros que me fazem cativo
Faço tudo quanto posso
Porém, há pouco a se fazer
Vês o quanto fracasso
Mas meu esforço não vês
O ódio se transforma em mágoa
Todos sabem o que fazer
E é claro, eu também!
Como? é a questão, bem
São duvidas do meu ser
Anseio por uma boa conversa
Pois de monólogos já cansei
Talvez ser sozinho faça parte da peça
Falta-me esperança
Pois teu caminho já trilhei
O meu? tornou-se lembrança
De que dias? Não sei
Há o tempo voa...
E nos meus andares reparo
A vida é fácil até que pise no teu calo
Basta-te uma queda do cavalo
Para que vivas sem reparo
Há o tempo passa.