Wesley Prestes

Tempo

Procurei bom ouvinte

Não o encontrei

e por conseguinte

Faz um ano desde os vinte

Eu bem sei...

 

Sei como dói estar sujeito

à interpretações alheias

Em minhas suplicas de desrespeito

Sem perceber, injetava ódio em minhas veias

 

Nos meus andares reparo

Minha dor jamais à sua se compara

Tudo quanto me tornei, permanece sem reparo

Há o tempo voa, o tempo não para

 

A dor se transforma em ódio...

 

Nos meus andares reparo

Minha fadiga é equiparada ao seu cansaço

E como sempre... Sou bárbaro

Tornei-me uma gaiola e minhas emoções pássaros

Faz-me falta um abraço

 

Eu alego estar descontente

Tu invalidas meus motivos

De alma pura estou presente

Tu lembra-me dos erros que me fazem cativo

 

Faço tudo quanto posso

Porém, há pouco a se fazer

Vês o quanto fracasso 

Mas meu esforço não vês

 

O ódio se transforma em mágoa

 

Todos sabem o que fazer

E é claro, eu também!

Como? é a questão, bem

São duvidas do meu ser

 

Anseio por uma boa conversa

Pois de monólogos já cansei

Talvez ser sozinho faça parte da peça

 

Falta-me esperança

Pois teu caminho já trilhei

O meu? tornou-se lembrança

De que dias? Não sei

 

Há o tempo voa...

 

E nos meus andares reparo

A vida é fácil até que pise no teu calo 

Basta-te uma queda do cavalo

Para que vivas sem reparo

 

Há o tempo passa.