Foi num instante de quase morte que eu pude ver o que havia depois do fim:
Uma mulher com olhos tão vivos que miravam direto em meu espírito,
Nua, sorriu e disse que eu não existia,
E foi daí,
Que passei a existir….
Ao mergulhar no por do sol dos teus olhos,
Vi a verdade como se fosse dádiva,
Olhei para o céu como se fosse meu,
Soprei a alma e dei a vida as lindas poesias que te descreviam, como se eu fosse Deus,
Vaguei pelo mundo a procura de liberdade,
Mas só pude encontrá-la em seus braços,
E ao ser iluminado com seu sorriso,
Tive a certeza de que já era seu,
Segurei sua mão e dancei como se eu fosse livre,
E enfim me veio o desejo de já não mais ser eu,
E sim, nós.
Ah amor,
Você é pura abstração,
É a luz que ilumina e não se vê,
É o caos contido na beleza da paz,
Você é o silêncio em ímpeto e a melodia que move o mundo,
É a esperança em um caminho,
Você é um sonho vivo,
Ah mulher, me dê a sua mão,
Não quero me valer de rosas e nem girassóis,
Do nosso amor nascerão novos flores,
Novas cores,
Não quero me valer do tempo,
Pois com nosso amor,
Cicatrizes se curam com afeto,
O medo vira afinco,
E o fim vira o começo,
Por isso já não mais me aflijo.
Me dê a sua mão
E me invada da pele aos poros,
Da carne aos ossos,
Quero me ver em teus olhos,
Quero te ver em meus olhos,
Logo depois, no rosto de meu primogênito,
E como se não houvesse vida,
Me deixe a certeza da morte em meus amanhãs,
Mas permaneça em meus braços por todas as minhas manhãs.