Essa saudade me amofina, me desvanece, entristece!
Gostaria que surgisses em mim como a fé dos desesperados.
Viesses muito calma, sem alardes a matar tantas saudades.
Tenho saudade dos nossos beijos brejeiros, da tua fala amorosa...
Sempre pensei que ausência fosse falta!
Agora sei que ausência trás saudades, extenua a vida!
Sei que metade de mim é saudade, outra metade mais saudades,
saudades do teu cheiro, da tua pele, daqueles calores abrasantes.
Saudade é esse sentimento vazio nesse triste abandono, nessa letargia.
Chega esse barco ao porto! Será que trás teus beijos, por esse navegar?
Tudo ficou vazio nesse cais, nessas lembranças, nessa ausência,
nesse não chegar, dilacerei meu peito! Qual a razão de tanta impaciência?
Saudades são como onda nesse vai e vem!
Um dia chega em rompante, imprecisa e desmorona nossa vida.
Outras vezes não vem, não azucrina, não desagua, só murmura!
Assim fica esse vazio permanente nesse rastro, nessa dor, nesse silêncio.
Saudade e lembrança! Revolvo-me nesse mar revolto, nesse desalento.
Nesse deserto sem oásis, me estreito, guardando minhas lembranças,
sentindo essa saudade nesse compasso da minha solidão, sempre presente.
Saudade é falta? Falta da tua pele nua, da tua boca crua! Falta simplesmente!
Por favor, liberte-me dessas saudades! Deixe-me navegar por outros mares!
Planejar novos voos, novas lembranças, esquecer! Saudade é desalento?
Saudade é aprisionamento, é tristeza, é reviver momentos sem ter!