Arlindo Nogueira

O MENINO VIRGILINO

Sobre o leito do rio Severiano

O aragano de barco vermelho

Foi remando atrás do destino

Um menino que ouvia conselho

Com a saga do sangue farrapo

Índio guapo lutando de joelho

 

Um guri galopeado sem mágoa

Como a água que cai da cascata

O destino foi a grande Erechim

Do camoatim do ventre da mata

Na docência palmilhou tesouro

Como o ouro o cobre e a prata

 

Desde menino futuro sonhado

Livros lançados sagaz escritor

Teceu amor no quadro de giz

Tal o quiz de poeta sonhador

A escola era centro de ensino

Seu destino era ser professor

 

Fora grande mestre das letras

Com caneta escreveu seu hino

Um teatino sempre no futuro

Sangue-puro do arauto sulino

Partiu no tino de peão aragano

Foste o soberano João Virgilino