Que medo!... Tenho medo, o que me passa?...
O ar, com azul celeste e nuvens brancas,
Traz brisa a acariciar quando abraça
Flores e verdejantes folhas francas.
Todo o belo oferecem e vem de graça
Para alívio ao meu medo, que sem trancas,
Nem defesa sequer, me entrelaça
E se firma sem dó nas minhas ancas.
Quem não receia a vez que inda há de vir
Numa certeza, sim, certeza atroz...
Toda certeza tem, vamos convir,
Uma premonição em muda voz...
Que não me esqueça, não... Nunca, jamais:
Que estou, mas de repente não sou mais.
Tangará da Serra, 29/07/22.
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