PROTESTAÇÃO
Eu sou o fio da espada
Não escrevo para entreter
Não quero ser poeta de nada Escrevo para não morrer.
Escrevo a letra despida
E de nada tenho medo
Pois se tivesse, teria da vida
Do seu mistério e do seu segredo.
Não me trave a boca
E não me dê o silêncio dos mortais
Nem o silêncio da ânsia louca
Que era
O medo dos meus ancestrais!
Não me negue a resistência
E não me encarcere na cláusula da negação
A arte é o eco da insistência
E o discurso que faz a revolução.
E assim juntar-me-ei aos delitos
Para para as injúrias não prescreverem
Nem clamores tornarem-se prescritos
E os gritos prevalecerem!