Carlos Lucena

PROTESTAÇÃO

PROTESTAÇÃO

Eu sou o fio da espada
Não escrevo para entreter
Não quero ser poeta de nada Escrevo para não morrer.

Escrevo a letra despida
E  de nada tenho medo 
Pois se tivesse, teria da vida
Do seu mistério e do seu segredo.

Não me trave a boca
E não me dê o silêncio dos mortais
Nem o silêncio da ânsia louca
Que era 
O medo dos meus ancestrais!

Não me negue a resistência
E não me encarcere na cláusula da negação 
A arte  é o eco da insistência 
E o discurso que faz a revolução.

E assim juntar-me-ei aos delitos
Para para as injúrias não prescreverem 
Nem clamores tornarem-se prescritos
E os gritos  prevalecerem!