Nos vales que escurecem vagarosos,
Meus sonhos eu deixei-os ao relento,
E quando andam à noite tristurosos,
Afagam-lhes frias as mãos do vento.
Ai meus dias frios como lamentos,
No préstito dos vultos lutuosos,
Os sinos dobram dos meus sentimentos,
Lembrando-me de tempos venturosos.
Envolve-lhes a seda das alvuras,
Num féretro de flores e tristuras,
As árias lacrimosas, ecoando...
Despeço-me co\'os olhos enublados,
Dos dias que ficaram sepultados,
E sigo solitário caminhando...
Thiago Rodrigues