Carlos Lucena

SONETO DOS ENGANOS

SONETO DOS ENGANOS

A vida é um instante
É como flor que murcha de repente 
Vai-se o sol que  não é constante
Pois logo mais esconde-se no poente.

 

É como luz que nasce do escuro
É como vento que passa de repente
E na incerteza do futuro
O que se tem apenas é a brevidade do presente.

 

Não se orne pensando tu que és
Quando achas que a glória é teu lugar.
Cuida - te antes
Que adormeça. 
  

Pois o pó de grãos estéreis
É o presente em que num vão momento estar
E basta um sopro para que ela desapareça!