O Bagre Poeta

Máscaras

Os dias são todos iguais

Amanhece, entardece e anoitece

A mesma coisa de sempre

Pessoas tristes se passando por felizes

Ocultando o que sentem

 

Um sofredor aguenta tudo calado

Camuflando a dor 

Sorrindo o tempo todo

Querendo ajudar

Até as lágrimas começarem a derramar

 

Um psicopata se esconde no meio da multidão

Trocando as máscaras sem alguém perceber

Se aproxima de uma pessoa

Usando uma máscara diferente

Fingindo que se importa 

Até chegar o momento de apunhalar pelas costas

 

Um entendedor está disposto a vestir a máscara do outro

Para ver o cansaço e o desespero no olhar

Confortando e salvando

Fazendo ela quebrar

 

Alguns usam mais de uma máscara

Uma para cada lugar

Neutra em ambiente movimentado

E entre todas, a pior

Feliz em ambiente familiar

 

Pessoas não são fáceis de entender

Elas sentem dor, ficam tristes

Mesmo aparente, é difícil perceber

Nunca pense que conhece alguém

Pois ela sempre tem algo a esconder