É o que fez bem
Perto do coração.
É memória do cérebro,
é afago da solidão.
É o que fica de quem não fica,
É porta entreaberta,
Janela encostada,
Tramela da emoção.
É asas da dor do pensamento.
É brisa suave
que teima em abraçar
os distantes da visão.
É água fria,
É doce da vida.
É rede espremida
no punho da ilusão.
É mundo passado
teimando ser sol em noite.
É claro aceso,
É brasa que se esfumaça
Deixando nuvem no céu da emoção.
É resto bom
grudado em lata vazia.
É roda gigante,
Carrossel de melodia.
Saudade é dor suave
Que rói sem corrosão.
É cancela ao distante,
É flor em suaves mãos.
É rádio sem o radioamador
É goma com ovos e sal
É óleo de filhós
Daqueles inda mornos
Que faz salivar a emoção.
É mesa posta
É cadeira sem assento
Cheia do verso que fica
É lua do dia a dia
É noite,
É precondia.
É pleno quase sem nada.
É terno ao cabide,
É vestido vazio,
É jardim que inda reside.
É quarador estendido
Escola em fim de semana
Teatro de fechada cortina
Terra molhada de água que se foi.
É roupa enxaguada
No varal da solidão
É luzeiros alumiando
O vasto mar da escuridão.
Motta, Roberio
Treze de Julho de um tal de Vinte Vinte e Dois.
Fortaleza, Siriará – Terra da Luz.