Vivemos dias terríveis,
Momentos temíveis
No calendário deste Brasil
Sofrivel , cativo,
Vivendo sem lenitivo,
Na fila da privação!...
Padece, Pindorama, sua gente,
Toldado o seu céu cor de anil.
Deus é por nós!--
Clama a populaça!
Haverá de nos proteger
Nesta quadra de aflição
A que a todos nós amordaça!
Desatará o nó atroz
Que aprisiona nossa gente,
Numa infame corrente
De covardia e perversão,
O povo pobre a padecer!
Toda a persidade,
Na roldana da iniquidade ,
Que aqui campeia,
Qual peste que nos rodeia,
Impondo-nos acerbas agonias,
Como toda tempestade
Há de passar...
É que, enfim,
O pais retornará
À normalidade , assim
Como a noite sucede o dia!