DO TÉDIO AO POEMA
Queria escrever
um poema cego
Com versos mudos
E estrofes surdas.
Uma página em branco
Que não
me dissesse nada.
Sem gramática
E sem poesia.
Mas a realidade persegue - me
E a palavra segue - me
E a letra não me abandona.
Quase tudo
que escrevo é enfático
Em suas linhas
Porque eu vejo
o mundo e homem.
E se tudo isso existe
Não é um poema romântico
que vai tirar o tédio
É por isso não vou escrever
um poema de amor!
Os poemas podem mentir
Mas os poetas não podem deixar de sentir
Aquilo que se chama dor!