O dia é como pêndulo
Ora um lado
Ora outro
As surpresas que pesamos
Tropeçamos, erramos, desgostamos
Nas pessoas.
Isso!
Pessoas são como coisas
Coisas são como pessoas
Nesse labirinto que habita nessa
A humanidade imperfeita
Porrada! A cara se fechou
Aquele cara me decepcionou
Momentos de transe no rosto
O leite me derramou
Olhei pra baixo e pedi paciência
O saco para limpar
A terra que caiu
Um saco aquele lugar
No click do relógio
Tudo começou a desmoronar
E o dia passando...
A noite caiu...
E na força do vento
A porta se abriu
A lua longe, lúgubre e linda
Raiou na noite preta
Naquele dia de treta
O andrógino ser desapareceu
Havia de encontrar o caminho
Meia noite
Vou dormir
Sim!
E ao fechar os olhos
Vou esperançar de novo
Pois o mar é onda
Pedras, aves, sol e brisas.
O mar é solidão, contemplação.
E com anzol e rede
Nele mato a fome
e a sede anima meu coração
Nesse horizonte de rosto bifronte
Eu vou ter que me virar
E se eu me decepcionar
Vou acordar novamente e pescar
uma ideia, um ser, um amigo...
Até que o trovão acabe
E a pluma desça
No meu quintal
Repousando na minha flor.