... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol

À ALMA DE MINHA MÃE

Partiu-se o cordão do amor absoluto

No meu desditoso fado então trincado

E as preces no rosário assim de luto

Rezam tristuras no chão do cerrado

 

Lacrimoso eu, debalde na dor soluto

Soluça a baixa deste relicário delicado

Minha mãe, tão jovem em seu atributo

Pôs suspiros no meu peito instigado

 

Tal um ramo que seca sem dar fruto

Em um outono tão frio e desfolhado

Assim, o meu afeto se faz convoluto

 

E na continha de saudade, ao lado

Das lembranças dum amor resoluto

À alma de minha mãe, louvor ofertado!

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, julho - Cerrado goiano

 

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