Uma conversa puxa outra,
um assunto outro traz,
às vezes, leva à guerra,
ou, às vezes, traz a paz.
Quando a conversa se delonga,
cria um ambiente de debate,
às vezes, um se recolhe,
ou, às vezes, outro bate.
Se há tempero na conversa,
o preparo é mais que preciso,
às vezes, recolhe-se ao choro,
ou, às vezes, alarga-se o sorriso.
Quando a conversa ganha enredo,
pode se transformar em novela,
às vezes, acende como fogo de artifício,
ou, às vezes, termina como vela.
Uma conversa bem nutrida,
preenche o coração de singeleza,
às vezes, pulsa com fervor,
ou, às vezes, se reserva à leveza.
Quando a conversa é benquista,
alardeia e põe à prova,
às vezes, a mudança é total,
ou, às vezes, nada se renova.
Uma conversa em segredo,
coloca em risco a seriedade,
às vezes, se foca na mentira,
ou, às vezes, se esbarra na verdade.
Quando a conversa é entre amigos,
a liberalidade toma conta,
às vezes, um é moderado,
ou, às vezes, outro apronta.
Uma conversa recheada de conflitos,
perde a elegância e o zelo,
às vezes, uma boca nem se abre,
ou, às vezes, outra fala pelos cotovelos.
Quando a conversa é fiada,
logo se perde a razão,
às vezes, se converte em chiste,
ou, às vezes, causa tensão.
Uma conversa, afinal,
é vital para a boa convivência,
tendo, na sua linha traçada,
um belo e consoante estudo à ciência.
A conversa tem seu significado,
que me faz não ter medo do reverso,
por isso, escrevo e descrevo:
- Com verso, converso!