Vlad Paganini

ANJO

ANJO

Tu és parte inteira do meu juízo

Que romantizo, profetizo

És meu anjo de asas tão belas

Tão tenras e tão frágeis  

Entranhas da Terra

 

Um ser de luz que observa a claridade

Que acende na escuridão do infinito

Mas que não se entrega, não frutifica

 

Ah anjo de asas morenas

Que sangra profundamente de saudade

Que morre, desfalece e ressuscita

Que incandesce dentro do meu ser

Que teme bater asas e florir

E nos meus braços florescer

 

Ah anjo menino...

Menino de asas e amores proibidos

Posso mudar o teu destino

Posso acendê-los e desaguar os teus rios

Posso colorir as rédeas da tua vida

O teu coração por inteiro

Desenhar o teu sorriso

Que escondes dentro do teu paraíso

Que por tempos se faz esquecido

 

Ah esse teu anjo com alma de um doce diabo

Que me possuístes em tua cama

Com o teu sol de primavera

Com aromas de flores brotando da terra

Fecundando-me naquela tarde ensolarada

Banhando meu corpo no teu mel

E dentro da sua morada

 

Ah esse bendito anjo

Que frutificou meu infinito

Que desabrochou minha poesia

E que por entre tuas asas

Mudou todo meu percurso

Esvaiu-me em todas as minhas células

Mudou todo o meu destino

E que por entre minhas pernas 

Bateu asas em desatino

 

Ah esse teu anjo

Que outrora tomou o rumo insensato

Bateu asas desejando romper todo o passado

E que te aguardo num voar colorido

Consagrar todo o nosso amor corrompido

 

Desejo hoje tuas asas varando em sentimentos

Renascendo dos fracassos

Asas de alma e de retrato falado

Libertando dos céus da sua escuridão

E se entregando a ser amado!

Vlad Paganini

 

Bata as asas no teu tempo  

Tempo de curar tuas asas

Pelo romance rompido

Por tuas asas de luto

Num voar que se fazia perdido

 

Bata tuas asas agora em uma nova jornada

Navegue por águas do teu veleiro

Voando de volta pra casa

 

Pouse por entre lençóis da nossa cama

Que até hoje permanece aquecida

Com o gozo do teu mel e da tua brasa

Onde sempre foi o pousar da tua morada

 

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