ANJO
Tu és parte inteira do meu juízo
Que romantizo, profetizo
És meu anjo de asas tão belas
Tão tenras e tão frágeis
Entranhas da Terra
Um ser de luz que observa a claridade
Que acende na escuridão do infinito
Mas que não se entrega, não frutifica
Ah anjo de asas morenas
Que sangra profundamente de saudade
Que morre, desfalece e ressuscita
Que incandesce dentro do meu ser
Que teme bater asas e florir
E nos meus braços florescer
Ah anjo menino...
Menino de asas e amores proibidos
Posso mudar o teu destino
Posso acendê-los e desaguar os teus rios
Posso colorir as rédeas da tua vida
O teu coração por inteiro
Desenhar o teu sorriso
Que escondes dentro do teu paraíso
Que por tempos se faz esquecido
Ah esse teu anjo com alma de um doce diabo
Que me possuístes em tua cama
Com o teu sol de primavera
Com aromas de flores brotando da terra
Fecundando-me naquela tarde ensolarada
Banhando meu corpo no teu mel
E dentro da sua morada
Ah esse bendito anjo
Que frutificou meu infinito
Que desabrochou minha poesia
E que por entre tuas asas
Mudou todo meu percurso
Esvaiu-me em todas as minhas células
Mudou todo o meu destino
E que por entre minhas pernas
Bateu asas em desatino
Ah esse teu anjo
Que outrora tomou o rumo insensato
Bateu asas desejando romper todo o passado
E que te aguardo num voar colorido
Consagrar todo o nosso amor corrompido
Desejo hoje tuas asas varando em sentimentos
Renascendo dos fracassos
Asas de alma e de retrato falado
Libertando dos céus da sua escuridão
E se entregando a ser amado!
Vlad Paganini
Bata as asas no teu tempo
Tempo de curar tuas asas
Pelo romance rompido
Por tuas asas de luto
Num voar que se fazia perdido
Bata tuas asas agora em uma nova jornada
Navegue por águas do teu veleiro
Voando de volta pra casa
Pouse por entre lençóis da nossa cama
Que até hoje permanece aquecida
Com o gozo do teu mel e da tua brasa
Onde sempre foi o pousar da tua morada
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