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Paulo Luna

Queria ir até o infinito

Queria ir até o infinito

E de lá bradar

Qualquer coisa

Que ninguém ouvisse

E quando me procurassem

Para ir ao trabalho

Para pagar uma conta

Para ouvir as notícias

Do último golpe fascista

Não me encontrariam

Pensariam que eu estava

Escondido num bar

Perdido entre os bezerros

Perdidos no campo

Ou, talvez, quem sabe

Absorto namorando

Num motel à beira da estrada

Mas qual nada

Eu estava no infinito

Sem mandar notícias

Nem alegre nem aflito

Apenas esperando

A primeira estrela cadente

Passar e me levar

Para mais longe ainda