Sidneia Oliveira

Máculas vermelhas na rosa

O macho José

Ceifa a vida da mulher

Mesmo morta e sepultada

Ela é vista como culpada

Da ira do mané

 

Feminicídio acontece

Aqui e em toda parte

Por conta do machismo

Mulher não é propriedade

 

Um tapinha, um empurrãozinho

Depois muitos beijinhos

Disfarçando a opressão

Violência ganha espaço

Na vida dela então

 

Ao dar queixa da agressão

O emissário não leva a sério não

- Não foi você que provocou o maridão?

Isso quando ela encontra

Uma Instituição

 

E assim a violência

Vai se tornando

Banalização

 

Só medidas protetivas

Não guardam vidas não

Ela permanece no ambiente

Se dominação

 

E agora, o que fazer

Na hora da opugnação?

 

A mulher atormentada

Pede clemência

Tomba, vai ao chão