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Manoela

O vazio que mora em mim


Não sei o que eu quero
Nem quem eu sou
De onde eu vim
Para onde eu vou


Ando perdida
No tempo e no espaço
Seguindo passos
que não os meus

 

Me pego vagando
Num vácuo profundo
Num submundo
Dentro de mim

 

Nesse vazio
Tento entender
Onde se esconde
Quem eu julguei ser

 

Logo eu
Tão transparente
Olho no espelho
E só vejo um reflexo

 

Uma imagem sem nexo
Uma figura estranha
Nem mesmo se gosto
Eu sei dizer

 

Preciso de crises
Preciso de dores
Preciso do drama
Para me conhecer

 

Cansei da escrita
Formal e letrada
Gramaticalmente pensada
Sem qualquer emoção

 

Sinto falta dos versos
Da explosão, dos excessos
Que há muito definem
O meu jeito de ser

 

Em meio ao caos
Compreendi, enfim
No fundo é só
Saudades de mim