... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol

SILÊNCIO DAS MADRUGADAS (soneto)

Ainda muita expressão não me avieste

As achatei nas lástimas e tão guardadas

Ações que pelo vento foram dispersadas

E na imensidão do cerrado se fez agreste

 

Tenho em mim sílabas em vão esperadas

Se devaneio é porque o sonho me veste

E frases trêmulas vão pelo espaço celeste

Enredando o destino com outras paradas

 

Foi quando o fado me fez centro oeste

Na busca das tão molestadas bofetadas

Das chagas, que a dor ornou com cipreste

 

Assim, eu, ainda tenho palavras caladas

Nas angústias do coração... tão cafajeste!

Que insistem no silêncio das madrugadas

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, junho - Cerrado goiano

 

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