Li um poema que me fez sentir música no silêncio, em rimas de fazer o instante esperar, de palavras de final feliz desde o início, com emoções de melodia e noite...
Li um poema que me fez gargalhar sem sentido, com verso ao avesso e distorcido, brincando comigo com insanidades de luz e sensações de criança...
Li um poema que me trouxe o dilema, que soprou o problema e riu solução, sem destino desenhado mas riscado nesse chão de trovas e expiação...
Li um poema que me fez tocar o sol sem a rima, fez todo o espaço ser minha presença, fez-me o próprio firmamento a contemplar com estrelas distantes...
Li um poema que me fez rezar, fez distração de figuras com minhas sombras, dos meus passos ritmados fez percussão em orquestras inteiras sem partituras...
Li um poema que me fez recitar sozinho o universo em alinho, que tocava minha alma tirando notas eternas da sinfonia de Deus, fazendo estrofes de mim.