Ele é uma espécie em extinção
Sua praça é a boêmia
Retrata os impulsos desnaturais e frenéticos que também o compõe
Densas trevas fortemente o inspiram
Não desiste dos versos amorosos que pretende se envolver
Mesmo já tendo sofrido açoites violentos
Entre poucos amigos
Transcreve dores intensas
A qualquer sinal de dor escreve
Com tintas e lágrimas
Com vinho ou sem ele
Prefere ser o pequeno rio que corre para o mar
Em frases curtas, registra a tristeza
E a solidão desmedida
Em silêncio e desabafos, medita
O que talvez tenha dizimado
Seu coração, que prometeu fechar de vez as portas
Para a anarquia desta tristeza
Ele é uma espécie que busca permanente
Um coquetel milagroso
Chamado felicidade
Tem muito a dizer em diminuto
Tempo concedido ao ser humano
O amor lhe concede alegria
Ou será fantasia ?