Não posso dizer ,quem sou
Quando em parte, sou o porvir
Que questiona o meu ser
No incerto caminho , do existir
Eu sou o que já não sou
O que agora se transformou
E sei que daqui há pouco
A mudança mudará, o que mudou
Sou a ancia , o sonho de quem sou
Minha crença na esperança
O sorriso que dentro de si
Dúvida da alegria , que o criou
Sou a certeza que se dissipou ,
Quando perguntei de novo
A resposta se deslocou imprecisa
Não sou quem acho que sou.
Não sei se escreveria de novo
Este verso, que já se perdeu
Se reescrevo , se apago
Se ele diz o que realmente pensei
Me entrego a dor do agora?
Ou me entrego a felicidade
Que sonho e ainda não tenho?
Tenho-me, escapando pelos dedos...
Sou o que brilha intermitente
Existo dentro de um pensamento
Que se repensa e se renova ,
O tempo inteiro....
Sou a chama que não se apaga
Que se contorciona na inconstância
Que se reacende ainda dentro do fogo
Sou quem ainda não sou...
Antonio Olivio