Ficou uma lágrima petrificada aqui nos meus olhos,
ali no povo, lá na esquina onde há música.
Afinal, ela morreu em seu corpo pequeno,
sempre projetado para um espaço de musicalidade.
Deixa a saudade da sua presença envolvente,
mais bêbado e desiquilibrado aquele bêbado,
que tentava o equilíbrio na música de Bosco,
mais desnorteado, com nosso mundo, o marciano,
que tão bem se comunicava com esse ser radiante.
Cria, no entanto, uma travessia para seu trem azul.
Segue impecável para um mundo novo,
deixando uma lucidez talhada em cada canto,
por sua tristeza trágica, pelo deslizante som vindo de sua voz.
Morre afinal a pimentinha, mas não morre sua musicalidade!
Fica a sua música ecoando em cada canto, em cada casa.
Exata imagem gravada nessa morte alucinante, desproposital.
Disfarce maior que nos impele a essa tristeza...
Ela não morreu. Ela vive em cada uma das suas músicas!
Apenas não entendemos o seu descanso, Tão prematuro,
descanso natural que as estrelas merecem!
Alucinação que possuímos em nossas solidões de tua musicalidade.
Ela está aqui, agora, em cada disco, irreverente,
precipitando uma torrente infindável de melodias,
cintilante como merece sua voz, frágil nessas facetas,
incomum no fulgor dos seus momentos, irradiando emoções.