Quem forjou a santidade.
E sua alma aleijou.
Como dono da verdade.
Que em mentiras propagou.
Cheio de propriedade.
Perdeu tudo que almejou.
Pregando a castidade.
Com ares de sedutor.
Plantando promiscuidade.
Em vestes de protetor.
Opulento em vaidade.
Desprezível malfeitor.
Quantas almas ultrajaste.
Quantos corpos violou.
Confianças enganaste.
Sentimentos desprezou.
Colha agora a justa parte.
Da miséria que plantou.
Logo virá a tempestade.
E com todo o seu furor.
Arrastará sem piedade.
O mal que de ti aflorou.
E com as chamas da maldade.
Tua alma devorou.
Então, antes que seja tarde.
Se algo de bom sobrou.
Procura a felicidade.
Com o pouco que lhe restou.
Se dispa da vaidade.
Das trevas que semeou.