Há um vazio imenso que nos separa, nesse espanto.
Vazio silencioso que me penetra como causa,
sucumbindo-me diante desse quadro de incertezas,
nessa ausência de sentido nessa vida torpe, destoante.
Tento arrefecer essa desordem, escarando segredos,
ressurgindo pleno, desnudado das minhas aflições.
Beijar-te, sem pânico, longamente nesses afagos,
lentamente diluir minhas reticências, nessa letargia.
És como a composição de todos os retalhos,
que perdi pelo caminho, entre medos e tréguas.
Há vida explodindo, inebriante, em tudo que tocas.
Tantas descobertas nesses enredos dessa vida.
És fascinante em tuas relações, nesses momentos.
Abrasante, destoante, são teus olhares límpidos,
nesse dia, derramando tantos espanto e incertezas,
embriagando tantas facetas nessa loucura desmedida.
Tantos momentos se foram, nesses desencontros.
Tantos beijos imaginários por aí, errantes, enfeitiçando.
Transgredir o tempo é necessário, entre assombros.
Afogar meus gritos nessa saudade, nesse tempo corrosivo.
Esse vazio dissemina em mim, arrependimentos íntimos,
cravando angústias nesse corpo, nessa sedenta travessia.
Nesses vagos momentos, nessa caminhada, sem teus beijos,
transformando meus sentimentos, nesses desatinos, sempre!