Carlos Lucena

JUÍZO INTRANSITIVO

JUÍZO INTRANSITIVO

Não mostre Deus 
nos teus preconceitos
E não faça do teu ódio
A definição 
do seu amor. 
Não  esconda-se 
atrás dos teus conceitos
E não ame 
provocando dor.
Não apresente
Deus em teus pretextos
Para defender 
Algum valor.
Não seja o dedo 
que a tua mão aponta
E não seja 
a boca que 
com fé amaldiçoa 
Melhor estar 
com a mala pronta
E lembrar-se 
que o tempo voa!
Não use um verbo vão inadequado
E nem das parábolas faça o texto do juízo 
Olha antes 
a espessura 
do teu pecado
Que é um verbo intransitivo  
e impreciso!