Paulo Luna

Tenho meus poemas

Tenho meus poemas

E é só com eles

Que eu posso contar

Atracar o lobo

Disfarçado em palavra

Aço que escapa

Corpo que sangra

Verbo em delírio

Ser seco como uma rosa

Depois que um furacão

Despetalou cada dobra

De seu certo destino

 

Quando eu era menino

Até pensava em navegar

Ir além dos limites

Do portão do quintal

 

Depois vieram as chuvas

Meu time perdeu

E eu achei um verso

E foi então

Que o que era doce

Virou um poema

Partido em pedaços

 

Disforme

              Agudo

                            Gosma

Que se libertou da fuligem