João Fraga
O tempo que um dia me pertenceu
O tempo que um dia me pertenceu está morto;
Tanto quanto aqueles cujo fugaz olhares troquei;
E sem um vislumbre de saber foram-se além;
Assim como aqueles que no passado amei;
E os últimos pensamentos, infelizmente, nunca saberei.
O dia que em um tempo me pertenceu se foi e;
Assim como a árvore morta que, de galhos nus, raízes mantém;
Em memória jaz meus preciosos bens;
Daquele dia que nunca mais terei.
Ora, anseio então para outro dia;
Onde o fogo de vivacidade me consumirá;
Queimando-me do profundo ao superficial.
Outro dia que então passará;
E em um futuro hei de lembrar
Do dia que em um tempo me pertenceu.