Rabiscando frases para estampar uma camisa, escrevi que “eu não sou um bom partido, mas sou (di)versos inteiros”. Como uma ideia nem sempre parece boa aos olhos de terceiros, com a camisa pronta, os críticos de plantão, aqueles verdadeiros começaram então a discorrer seu veneno em comentários certeiros.
Nem sempre fui sereno, já fui chuva, ventania, sol a pino, maresia, mas no caso em tela, reconheço, minha ideia não é nenhuma aquarela, mas tem para mim enorme apreço. Não sou um bom partido, mas sou (di)versos inteiros, quando a palavra escrita ou falada, ganha vida embalada em meus versos alvissareiros.
Eu não sou um bom partido, mas sou (di)versos inteiros porque brinco com a palavra e os sentimentos verdadeiros, e infelizmente, sentimentos por vezes são frágeis, eles se quebram, se retraem e em pequenos pedaços nos deixam mensagens. Se eu consigo entender, ou mesmo me reconhecer num sentimento quebrado, talvez fragmentado posso me restabelecer.
Eu não sou um bom partido, mas sou (di)versos inteiros, em pequenos pedaços de mim, você pode não encontrar um fim, mas um recomeço estará presente, quando falo de outrora que mesmo agora soa inconveniente, ou se eu falo do futuro, momentos claros ou escuros que povoam a nossa mente.
Não, eu não sou um bom partido, mas sou (di)versos inteiros, quando provoco a discussão, quando fomento interação, quando acerto um alvo certeiro. Aquele que não entende de emoção, que peca pela interação, talvez nunca vá entender a verdadeira sensação, brincar com as palavras e entender, como é gostoso discorrer sobre algo para chegar ao coração.
Eu não sou um bom partido, mas sou (di)versos inteiros, em frases, em crases, crônicas e prosas de um mineiro, que encontrou nas palavras um jeito simples e verdadeiro de fazer poesia, construir fantasia e mesmo por um breve momento levar um pouco de (des)contentamento aos que não creem na utopia. Eu? Eu não sou um bom partido, talvez não seja um bom lugar, mas de um jeito ou outro ainda posso estampar uma camisa, uma poesia e mesmo que você não queira, o teu olhar!
Jose Fernando Pinto