Era um canto de vozes transitórias,
Que chegavam dos ermos tão distantes,
A lembrança das tardes merencórias,
Que jaziam em dois olhos fulgurantes.
Mãos do passado, alvas e incorpóreas,
Fragrâncias eternizando os instantes;
Ai, sol de outono pelas sendas flóreas
Iluminando os pálidos semblantes.
Lamentos de sombras adormecidas,
Caminhavam pelos prados desertos
Ao cantochão das mágoas já vividas.
Vinha de longe, de outrora, tu vinhas,
Da solidão dos sonhos encobertos
De quem pela estrada inda caminhas.
Thiago Rodrigues