Eu me encaixo no seu corpo
Você penetra no meu
E dominas os meus sonhos
Como se fosse Morfeu
És razão da minha vida
És Marília eu sou Dirceu
Seu amor me aprisiona
E eu livre deixo entrar
O seu cheiro me alucina
Como chama a me queimar
Eu nunca vou te esquecer
O meu destino é te amar
Lutei com o tempo maldito
Como um Quixote sozinho
Demorei de ti encontrar
Seguir trilhas no caminho
Não tava escrito na estrela
Mas num antigo pergaminho
E se mais tempo tivesse
Poderia lhe provar
Que meu verdadeiro amor
Transcende tempo e lugar
Pois nasceu antes de mim
E lhe buscou sem parar
Mas quando enfim encontrou
Tinha só uma certeza
As Moiras tramaram a trama
Com sórdida malvadeza
Nada disso me freou
Meu amor é fortaleza
Hoje seguimos felizes
Jurando eterno amor
Quando nós estamos juntos
Muitos olhos com pavor
Condenam o que não entendem
Jogam água no calor
Indiferentes partimos
Sem nunca olhar para trás
A luz que nos ilumina
Tem tons bonitos demais
Enxergar às sombras nunca
Pois isso não nos compraz
Nosso arrebol é vermelho
Tem também tons de amarelo
O nosso céu é magento
Pode ser cinza e singelo
A você eu me juntei
Igual a foice ao martelo
Pode parecer clichê
Isso tudo que falei
Eu contudo não me importo
Meu amor a ti jurei
E não sufoco o que sinto
Por isso me declarei
Com um poema ridículo
Mas ridículo é o amor
E se não fosse ridículo
Não seria abrasador
Quem disse isso foi Pessoa
O poeta fingidor.