Planto em solo fértil minhas escolhas, as sementes que dali germinam, agora dão frutos, deles escolho e colho agora, os que me apetecem, nem tão maduros nem tão verdes, do meu gosto.
Fora do ponto para alguns, no ponto para outros, há quem diga que já estão passados ou os que dizem que não se come uma fruta assim.
Pouco importa, se sou eu que sinto o gosto daquilo que escolho e nestas escolhas está o meu sentir.
Eu quero relva e floresta, fora e dentro de mim, para encontrar novas trilhas que desejar seguir ou abrir.
Encontrando árvores que foram plantadas por outros em mim, mesmo a contra gosto, eu farei lenha delas para o fogo se preciso, de outras provarei seus frutos e se gostar guardarei suas sementes para plantar quando o tempo me for certo, nos caminhos que passarei.
Quero compreender todas as espécies habitam em mim. Há quem me veja presa e os que me vêem predador, partes de mim apenas, digo. Sigo domesticando o selvagem em mim e despertando o instinto daquilo que há muito está domesticado, não sou o que pensam de mim, se pensar bem, é apenas autoretrato, de alguém buscando a si perdido no meio do mato.
Num equilíbrio delicado me encontro neste ponto. Pronto para cair ou pronto para seguir?
Sem dúvidas sigo, estou com os pés no chão, e dos meus pés neste solo fértil crescem as raízes que alimentam o meu Ser e neste corpo, o coração.