... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol

A JANELA E A LUA (soneto)

Já de ti - dizia a lua - me despeço

Pra janela, no cerrado com sorriso

Deixo-te com os sonhos. Preciso

ir... O sol já está no seu ingresso

 

No horizonte me embaço no paraíso

De tua fresta vê-me no meu avesso

Diz a lua no clarão no céu disperso

E eu, noturna, indecisa, me diviso

 

E, escancarada, alegre, a ti expresso

Até mais logo! Vá com lotado juízo

Diz a janela pra lua, breve regresso!

 

E está, que já dormia, de sobreaviso

Inteirou a janela deste seu recesso

Até a noite, quando volta no improviso

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, junho - Cerrado goiano

 

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