Talvez o tempo seja uma corda
na qual estamos agarrados
pelo medo de escapulir
do nosso controle.
Se estivermos dentro
da ampulheta existencial,
o quanto de areia já ultrapassou
… o funil? Isso conta? Se não conta,
o que conta então?
Talvez a experiência seja
o que de mais enriquecedor tenhamos
como seres viventes
neste grande relógio
da vida.
Somos os ponteiros?
Somos os números?
Somos a areia que escorre?
O tempo passa por nós ou nós passamos por ele?
Se o tempo existir…
Se existir a tempo…
Talvez o nosso propósito
… seja dançar!
Assim o tempo não passa
e nem nós.
Tudo fica suspenso, tudo se torna real.
Dançar significa viver.
Viver o extraordinário do agora,
o único instante que pode, de fato, nos pertencer.