Jonas Teixeira Nery

Um adeus

Traço uma trajetória da tua vida, nessa solidão,

nessas lembranças dos momentos vividos juntos,

(embora distante pelo espaço imenso que nos separa!)

da alegria dos teus gestos espontâneos, desmedidos.

 

Na musicalidade do teu pequeno corpo, corpo de mulher,

avaliando tuas reflexões dentro dos nossos tempos,

ponderando tuas divagações aflitivas na realidade circundante,

me entrego a sonoridade desse corpo pequeno e intenso.

 

Das irreverências, em conversando no bar, entre amigos,

pedindo perdão, com as aparências (que enganam), entre magias,

ficou uma intensa musicalidade, nessa tua travessia.

 

A franqueza escandalosa que refletia na tua irreverência,

digna do espaço musical que só tua voz premia, deixou silêncios.

Certamente ficou o teu brilho, nessa partida corrosiva.

 

Não se apagarão tuas frases aflitivas, entremeados de versos intensos.

Não importa que quiseste descansar (ponto final!).

Confesso-te minha saudade, minha angústia, minha tristeza.

 

Choro-te sempre nessas poesias transbordantes, advindo da tua voz,

na magia dessa vida, projeto-me na tua musicalidade com esperança.

Entre encantos e emoções. Entre amores difíceis e tuas revelações,

descansa entre olhares engolfados e cicatrizes nessa partida!