Trata-se de uma obra autobiográfica que reúne dezenove capítulos, termina com epílogo, 288 págs., linguagem direta, precisa, acessível até aos não formados em direito.
Adianto: obra que sobreviverá historicamente de braços dados com que nela há: corrupção brasileira compartilhada no exterior.
Quanto à sua infância e família, apenas alguns parágrafos imprescindíveis.
A sua obra desvenda a corrupção brasileira compartilhada, no exterior, de modo combatente, imparcial e corajosamente.
Na introdução, Sérgio Moro, nos termos seguintes conceitua o sistema de corrupção:
“Chamo de sistema da corrupção a organização da corrupção como um modelo de governo ou de negócios, afetando tanto o setor público quanto o privado.”
A LAVA JATO, nas suas operações, perpetuou-se historicamente.
Os criminosos de colarinho-branco odeiam esta obra, inclusive a sua divulgação, porque lida de maneira minuciosa, nenhum eleitor brasileiro, apesar da obrigatoriedade, neles não votará.
Eles são: os políticos
O Supremo Tribunal Federal anulou, sem a avaliação do mérito, as condenações, em mais de uma instância, do ex-Presidente da República, LULA, e do ex-Presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Quanto ao mérito: a prescrição vai sepultar as condenações, razão pela qual o senhor Lula já se considera absolvido, alegando, inclusive, que não cometeu crime algum.
Sérgio Moro lutou para ser mantida a execução da pena após a condenação em segunda instância, levando para cadeia os criminosos de colarinho-branco.
Mas, o Supremo Tribunal Federal entendeu ser a execução da pena em última instância, onde os processos chegam com a certidão de óbito, para a felicidade dos criminosos de colarinho-branco.
À época, o Ministro Dias Toffoli, era Presidente do Supremo Tribunal Federal. Ministro indicado pelo então Presidente da República, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA.
Dá para entender!
De alguns criminosos de colarinho-branco, figuram na obra:
Geddel Vieira Lima, foi Ministro da Integração Nacional do Governo LULA. Foi condenado por crime de lavagem de dinheiro. Dele, foram encontrados 50 milhões em espécie num apartamento ligado a ele em Salvador.
José Dirceu de Oliveira e Silva, Ministro, chefe da Casa Civil, durante o Governo LULA, foi preso por corrupção e lavagem de dinheiro.
Antônio Palocci Filho ocupou o cargo de Ministro da Fazenda no Governo LULA, preso também por corrupção e lavagem de dinheiro.
Interrogado, LULA alegou não saber de nada.
Será que ele sabia que à época era Presidente da República.
Da imensurável fortuna dita acima, daria para tirar incontáveis moradores – mais precisamente: sobreviventes – em aéreas de risco.
Capítulo 2: O doleiro dos doleiros
“Veja a floresta e não apenas a árvore”, expressão inserida na obra, lição que Sérgio Moro tirou do Caso Banestado.
Se entendi, a árvore era o doleiro Alberto Youssef, a floresta, os doleiros, isto é, os seus comparsas do grande esquema criminoso.
Para a identificação dos habitantes da floresta, foi necessário socorrer-se à Delação Premiada, instituto de natureza penal, que confere recompensa ao criminoso que denuncia seu comparsa.
Alberto Youssef, desejando a recompensa, à Lava Jato denunciou todos, onde corria rios de dólares do esquema criminoso.
Pelo sistema processual brasileiro, o Juiz que preside a audiência, cabe a ele interrogar o réu, antes mesmo do Ministério Público e advogado de defesa.
Pág. 106 da obra, audiência presidida pelo Juiz Sérgio Moro, o interrogado ex-Presidente da República, o Lula, interroga o presidente, ameaça, “um dia”, mandar prender membros da Polícia Federal, do Ministério Público, e, em reticência, o Juiz.
Ainda ao Juiz pergunta: “o senhor se sente responsável por 600 milhões (sic) de pessoas que já perderam o emprego no setor de óleo e gás e na construção civil?”
O Juiz com outra pergunta lhe respondeu:
“O senhor entende que o que prejudicou essas empresas foi a corrupção ou o combate à corrupção?”
Graças ao maldito foro privilegiado, à fileira de recursos, às generosas regras de prescrição no Brasil, o Lula é candidato à Presidência da República, violou o sistema processual, mas, “um seu dia” não amanhecerá.
Sérgio Moro, do discurso de Theodore Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos, a respeito da corrupção, destaca um trecho, onde figuram o Governo corrupto e o pagador de propina.
Deste trecho, destaco:
“Não existe ofensa mais grave do que a daquele no qual é depositada tão sagrada confiança, daquele que a vende para o seu próprio ganho e enriquecimento, e não menos grave é a ofensa do pagador de propinas. Ele é pior que o ladrão, porque o ladrão rouba o indivíduo, enquanto o agente corrupto saqueia uma cidade inteira ou um estado.”
Do seu ingresso no governo federal, como Ministro da Justiça e Segurança Pública.
Sérgio Moro, afora outros temas, tinha na sua agenda ministerial, tinha três itens prioritários:
“Consolidar os avanços anticorrupção, intensificar o combate ao crime organizado e reduzir a criminalidade violenta.”
Se demitiu por não permitirem a sua caminhada. Se fosse servo dos mandamentos do executivo federal, hoje, sem dúvida, era Ministro do Supremo Tribunal Federal, qualificando a Corte.