Hébron

Além do Pássaro

 

Ouça o alçar do meu voo 
Nessa altura manuscrita 
Nesse céu que me intestina 
E me absorve em sua sina 
Essa imensidão é meu carma...

 

Nessa vastidão, meus mistérios 
Absorto, percebo o impossível
Bate o coração no bater das asas...

 

Era entranha da terra, era chão 
Era fundo de mar, leito de rio
Era poeira, decantado desvario
Era sopro de vento, evolução 
Minhas eras abissais
Minhas memórias 
Os caminhos existem para que haja futuro
Há caminhos na mente, eu lhe asseguro...

 

Céus são chãos de caminhos etéreos
Onde rastros de asas sinalizam o sonho
Há caminhos no coração 
E nos voos de uma ilusão 
Fugas, açoites, rugas, noites 
Terra e sal, sol e flores
Há caminhos na inspiração 
E nos voos minha alegria
No encanto, inventos e brisas
E o infinito se apresenta 
Nos voos, na amplidão 
Nas águas de uma gestação...

 

E o tempo é onipresente
É o elo de todos os caminhos 
É passado, futuro e presente
No horizonte desorientado
Dos mistérios dessa existência 
E de toda providência...

 

Nos céus há estradas que se perdem
Na turbidez de nossa visão 
E nessa perdição, os encontros 
Os encontros mais profundos
Nessa altura manuscrita 
Nesse céu que me intestina...