... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol

SONETO DE PERDA

A perda é igual ao um fio de navalha

fende-se num leve resvalo do destino

que engole a alma num apetite ferino

no alto e baixo de uma eterna batalha

 

Nos testilha, pouco a pouco, sem tino

como o fogo atiçado a uma seca palha

espalhando desnorteada e vil bandalha

no peito amargo duma saudade a pino

 

Inquieto e silente sempre é o término

num drama ao desalento se espalha

tornando séquito no avivar matutino

 

O tal estrago é uma senhora canalha

que faz ao poeta um poetar pequenino

e dor que da alegria não resta migalha

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

08/06/2016, 05\'05\" - Cerrado goiano

 

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