me pego vendo todas essas poesias inacabadas escritas para um amor morto
não consigo apagá-las, mesmo sem final elas permanecem lá
num eterno verso de declaração
sabe, não consigo me arrepender, de nenhuma delas
o amor é a verdade do momento
e naquele momento elas faziam sentido
naquele momento você fazia sentido
e eu estou de luto, luto pela morte de um momento
e tem uma linha tenue entre se permitir sentir falta
e se agarrar no vazio de algo que acabou
eu não vou parar minha vida para chorar num luto eterno
não fiquem bravos por eu não ficar vivendo de passado
porque eu não lamento escolhas certas
por mais que eu queria despencar em saudade
e viver me alimentando desse luto
me culpando por querer viver
me culpando por querer
me culpando pelo ato fatal que eu dei
me culpando pelo ponto final que eu não negligenciei
não digam que esses malditos passos que dei
são errados, porque definhar em memórias não é saudável
fomos ensinados a viver de passado
fomos ensinados a viver num luto eterno
mas isso não quer dizer que seja o certo a se fazer
eu luto contra o meu instinto humano de me culpar
por querer me salvar
-a todos aqueles que vivem de passado