As estações se repetem nesse caminho sem volta
Pelos trilhos a nos destinar
Nesse trem de vida
As estações são sempre as mesmas
Nessa caminhada sempre nova
Estão pelos trilhos e pelos descarrilhos
As mesmas estações se repetem em novos versos
No arrasto do tempo sempre único
Seguem, as mesmas diferentes estações
Repetidas em escaladas infindas
Sempre se renovando na mesmice primaz
Como sequentes batidas de um coração
Como o dobrar insurpreendente dos sinos
Como a velha rotina dos sacerdotes e sacramentos
No mesmo verbo dito da boca do padre e do sacristão
Sendo mesmas sementes e diferentes segas
As estações se revelam sem desvelo
E o homem falha, não o tempo
Se agasalha, quem tem agasalho
Se é frio, clima invernal
Se é beleza, perfume de flor
Se enfeita, orna, cio da natureza
E o homem contempla, não o tempo
Se acalora, fervor da vida, verá
Se cáustico, o erro e querência de um bronze
E o homem verá, não o tempo
E o homem saberá, não o tempo
Se folhas secas sem esperança
Se sedimentam ao chão, da semente pouca rima
E as estações se revelam sem desvelo
Sendo mesmas sementes e diferentes segas
No mesmo verbo dito da boca do padre e do sacristão
Como a velha rotina dos sacerdotes e sacramentos
Como o dobrar insurpreendente dos sinos
Como sequentes batidas de um coração
As estações se repetem nesse caminho sem volta